Voz de Portugal
Achei que seria tudo diferente...
Cronica de Pedro Henrique de Sousa
Passou um pouco pela minha cabeça que as coisas seriam diferentes nesse isolamento social. Tinha certeza que, passando algum tempo em minha casa, iria conseguir fazer algumas coisas que sempre deixava para trás, seja por falta de tempo ou ate por falta de boa vontade.
Mas quanto mais tempo passamos vivendo sob a sombra do coronavírus, mais eu percebo que a projeção de produtividade era pura ilusão.
Eu achei que estaria animadíssimo. Achei que estaria afundando em livros, marcando uma visita aos amigos.
Mas a realidade é que se eu sequer tento começar a ver essas coisas, me sinto um pouco deprimido pela imprevisibilidade do futuro. Não se sabe quando viagens, encontros festivos e abraços apertados irão acontecer e tenho quase certeza de que a partir de agora, irá haver um controle muito maior em relação à circulação de pessoas pelo mundo, então qualquer plano que eu fizer pode acabar sendo inútil.
Eu achei que estaria fazendo exercícios regularmente. Para ser honesto até tive algum sucesso em manter uma rotina no início da quarentena.
Queria terminar esse texto num tom otimista, mas acho que não será possível. Enquanto as coisas parecem começar a melhorar em outros países, minha motivação e capacidade de concentração parecem piorar com a situação do resto do mundo. Só posso então torcer para que as coisas melhorem também em outros lugares, assim, quem sabe minha ansiedade não se aquiete e eu consiga fazer outra coisa com o meu tempo livre além de surtar com o que eu leio nas redes sociais.
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