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Foto do escritorVoz de Portugal

Expressões populares e sua origem

Artigo de Eduardo Neves Moreira


A história dos povos nos revela dados interessantíssimos e que nos permitem obter resposta a muitos dos ditados populares e de costumes que a nossa cultura tem presentes no nosso quotidiano.

Quem nunca deixou de ouvir a expressão “filho da mãe”, mas desconhece a origem do mesmo. Diz-nos a história que, por volta do século XVIII, quando reinava em Portugal, D. João V, constando-se que o mesmo foi conhecido pelo fato de ter possuído várias amantes. Dentre estas uma freira, Madre Madalena Máxima, com quem teve um filho que nunca reconheceu publicamente.

Esse jovem, chamado Gaspar, cresceu num ambiente de religiosidade, tendo se formado padre e acabando por ser nomeado Arcebispo Primaz de Braga. Logo após ter assumido esse importante cargo da Igreja Católica, ele escreveu uma carta à sua mãe, agradecendo todo o esforço e dedicação dela para com ele, mas, assumindo uma certa vaidade, disse à mãe que, afinal de contas, mesmo não sendo reconhecido como tal, era filho do Rei de Portugal.

Foi aí que a sua mãe, ao responder à missiva, lhe disse: “- Meu filho. Apesar de que o me dizes seja expressão da verdade, o fato de seres um bastardo, não te dá o direito de te intitulares dessa forma, não passando de seres, pelo elevado cargo que deténs, um “grande filho da mãe” e nada mais és do que isso.”

Outra expressão, comumente utilizada quando alguém pretende esquecer definitivamente outra pessoa é a que diz que a “riscou do mapa”, mas quase ninguém tem a informação de como ela surgiu e se tornou comum. A história nos consta que essa manifestação tem origem na nomeação de um embaixador, pela Rainha da Inglaterra, para a sua representação diplomática junto ao Governo da Bolívia, que naquela ocasião era dirigida por um ditador muito radical.

Em determinada ocasião, o ditador exigiu que o embaixador envergasse uma vestimenta própria da linhagem política dele e diante da negativa do diplomata, tirou-lhe a roupa e o fez desfilar completamente nú pelas ruas da cidade.

Tão logo se recuperou do vexame, o embaixador regressou a Londres e denunciou o fato à Rainha da Inglaterra, que ficou furiosa e quando se esperava alguma medida mais rigorosa ou até bélica contra a Bolívia, além do corte de relações diplomáticas que foi adotada de imediato, a rainha, pediu que lhe entregassem um “mapa mundi” e diante dele, riscou o território da Bolívia, determinando que, a partir daquela data, todos os mapas editados na Inglaterra excluíssem o território boliviano, medida que foi cumprida durante todo o restante de seu reinado, ou seja, riscou do mapa a Bolívia.

São muitas as frases e denominações de origem em fatos históricos que até hoje continuam a ser comuns no nosso vocabulário quotidiano e que continuam a enriquecer a nossa tão bela e expressiva língua portuguesa.


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