Voz de Portugal
Coração de D. Pedro em exposição no Porto antes de ser transladado para o Brasil
O coração de D. Pedro vai estar em exposição na Igreja da Lapa, no Porto, antes da sua translação, a 21 de agosto, para o Brasil, no âmbito das comemorações do bicentenário da independência, adiantou hoje a autarquia.
À Lusa, a Câmara do Porto adiantou que o coração de D. Pedro vai estar em exposição nos dias 20 e 21 de agosto na Igreja da Lapa, fruto de uma colaboração entre a autarquia e a Irmandade da Lapa, estando o horário ainda a ser definido pelas duas instituições.
O coração de D. Pedro deverá ser transladado durante a noite do dia 21 de agosto para o Brasil, revelou a autarquia, adiantando que falta ainda a confirmação por parte da Força Aérea Brasileira (FAB).
O órgão chegará ao Palácio Planalto, em Brasília, no dia 22 de agosto, onde será recebido com "honras militares".
Depois da cerimónia, o coração será transportado para o Palácio Itamaraty, também na capital brasileira, onde ficará em exibição "controlada" até às comemorações do bicentenário da independência do país, a 07 de setembro, adiantou a autarquia, acrescentando que o mesmo viaja para o Porto no dia 08 de setembro, prevendo-se a sua chegada no dia seguinte.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, adiantou hoje que o coração de D. Pedro será transladado no dia 21 de agosto para o Brasil, a propósito das comemorações do bicentenário.
"O coração de D. Pedro sairá do Porto no dia 21 de agosto e chegará ao Brasil no dia 22 de agosto", afirmou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, durante a inauguração do edifício sede do Instituto Pernambuco - Porto.
Durante a intervenção, o autarca independente adiantou que o órgão ficará no Brasil 20 dias para a celebração do bicentenário daquele país, regressando ao Porto no dia 09 de setembro.
O executivo da Câmara do Porto aprovou a 18 de julho por unanimidade a transladação temporária do coração de D. Pedro para o Brasil no âmbito das comemorações do bicentenário da independência daquele país.
Na proposta, aprovada por unanimidade, o presidente da câmara, Rui Moreira, assinala que o município pretende autorizar a transladação temporária do órgão através da celebração de um contrato de comodato a celebrar com o governo brasileiro.
"Tratando-se de um bem cultural, enquanto bem móvel que representa testemunho material com valor de civilização ou cultura, está sujeito a um especial regime de proteção e valorização", salienta.
O autarca esclarece que para que a transladação não comprometesse a integridade do órgão foi pedida uma peritagem técnica ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que concluiu ser possível realizar a mesma, mediante a "exigência de um transporte em ambiente pressurizado".
"A Câmara Municipal do Porto assegurará todas as diligências necessárias, assim como a articulação com outras entidades, em especial com as autoridades brasileiras, no que concerne à segurança da operação de transporte", afirma o autarca, adiantando que os custos serão assumidos pelo governo brasileiro.
Em 22 de junho, o presidente da Câmara Municipal do Porto anunciou que a trasladação do coração de D. Pedro para o Brasil, no âmbito das comemorações do bicentenário da independência deste país, seria autorizada.
A 30 de maio, o embaixador brasileiro George Prata, um dos coordenadores das comemorações, anunciou que o governo do seu país tinha enviado um pedido oficial a Portugal para a trasladação do coração de D. Pedro. Disse também que, se a trasladação fosse possível, a ideia é que, "em primeiro, o coração vá para Brasília", capital do país.
O rei D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal foi o monarca que conduziu o Brasil, antiga colónia portuguesa, à independência e cujo corpo se encontra na cidade brasileira de São Paulo.
O coração que D. Pedro IV doou ao Porto não está guardado a sete chaves, mas são precisas cinco, mais mil cuidados e uma complexa operação para o retirar do mausoléu da igreja da Lapa, como aconteceu em 2009.
A descrição foi feita em 2013 à Lusa por Ribeiro da Silva, historiador e mesário da Ordem da Lapa, alertando para a fragilidade do coração do “Rei Soldado”, que morreu em Queluz em setembro de 1834 e chegou ao Porto em fevereiro de 1835.
"Não podemos vê-lo porque o coração é um órgão frágil e este tem muitos anos. Receamos que possa estar em estado precário. As operações são muito complexas, tudo isso agita muito e temos receio de um mau resultado. Tentamos que se abra o menos possível”, observou o professor, em entrevista à Lusa.
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